A
mídia não é mais propriedade exclusiva dos meios oficiais. Muito pelo
contrário, a população é convocada a participar da construção da notícia e cada
vez mais os veículos estão abrindo espaço para esse tipo de colaboração.
Como
ignorar esse momento tão rico em produção de conteúdo que
estamos vivendo? Produzir conteúdo nunca esteve tão acessível e ao mesmo tempo
tão complexo. Cada vez mais nos informamos por meio das mídias sociais, através
do comentário de amigos e compartilhamento de conteúdo. A colaboração faz a
notícia de forma cada vez mais veloz, e assim os meios de imprensa tradicionais
estão ficando para trás.
Um
bom exemplo recente que ilustra essa questão da colaboração foi o atentado à
maratona de Boston, nos Estados Unidos. O episódio aconteceu no dia 15 de
abril, matou três pessoas e deixou mais de 250 feridos. Todos os presentes no
local que tiraram fotos do evento, foram mobilizados para colaborar na
investigação dos suspeitos. Em questão de horas o governo americano tinha em
mãos um material riquíssimo que foi fundamental na resolução do crime. A
questão que quero analisar aqui é que o conteúdo colaborativo já
é um aliado da imprensa na cobertura de eventos há muito tempo, mas não me
lembro de um caso dessa natureza ter sido resolvido tão rápido, e ainda com
apoio da informação colaborativa.
O fantástico desse tipo de
informação é a forma como ela é construída. Cada participante do fato vai
colocando ali o seu pedacinho e no final o que temos é uma história tecida a
partir de pequenas informações, comentários e pontos de vistas.
A interatividade é uma demanda
social e não apenas das novas gerações. Está cada vez mais difícil ficar
assistindo passivamente uma notícia na televisão quando temos um universo de
histórias paralelas sobre o mesmo fato correndo nas mídias sociais. Vídeos,
fotos, relatos, fazem da informação uma história sem fim na internet porque
sempre vão existir pessoas replicando, comentando e acrescentando algo novo.
A questão que fica é o que os
veículos de comunicação e as empresas vão fazer diante dessa realidade. Ignorar
um movimento tão rico, ou tentar calar milhares de vozes por medo, não é e
nunca será a atitude mais inteligente.
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