Por: Samuel Assis Em: 01/10/2014
Em meio a tanta idealização do desejo
humano, vem uma ciência que com um objetivo diferente se mostra ser mais
eficiente: o marketing. Se uma estratégia de marketing funciona,
significa que ele conseguiu, de certa forma, gerar ou satisfazer um
desejo/necessidade humana em um certo período de tempo. Poderíamos dizer
então que marketing pode ser um conjunto de esforços previamente
pensado, afim de atingir um público-alvo, para gerar nele as impressões
que servirão ao interesse de quem o praticou, em um dado momento.
Isso pode ser aplicado de inúmeras
formas: para vender um produto, ofertar um serviço, marketing pessoal,
político, intelectual, moral, conseguir fiéis, etc...
Ao longo da história vimos o povo
defender qualquer tipo de regime totalitário em troca de saúde, educação
e segurança por exemplo, desde fascismo, nazismo até ditaduras
socialistas. Sempre existiu uma grande campanha de marketing ideológico
em favor do interesse desses grupos, e como acredito que a condição
humana não muda nada por que nos “modernizamos”, há uma tendência do
povo de apoiar regimes semelhantes no futuro.
Atualmente, podemos perceber a aplicação do marketing pessoal ao entrar no facebook e ver pessoas defendendo causas (por exemplo), geralmente se utilizando
de chavões que já passam ao remetente uma imagem prefixada de ideias
presentes em atmosferas de discussão, prejudicando a própria capacidade
de pensamento. Hoje todos choram a fome da África e esquecem a pessoa
que está ao seu lado. As pessoas já possuem a palavra “ética” na ponta
da língua, já não dá mais para acreditar em quem se diz ético. Parece
que entram numa luta do “bem” contra o “mal” e com isso ganham mais
curtidas. São tempos de vaidade.
Claro que muitas pessoas estão atentas a
isso (nem sempre de forma consciente) e conseguem criar armas em favor
do seu interesse sendo ele bom ou ruim. Muito se poderia aprender com o
estudo do marketing como ciência, tendo como fundo a ideia de Nietzsche
sobre vontade de potência.
A vontade de poder ou potência é o
estudo das forças (instintos, por exemplo: comer) onde cada uma
dessas forças busca sua auto-expansão (dominação). Em meio a isso vemos
um choque de forças que se relacionam e tentam se adaptar as novas
variáveis que vão surgindo. Por exemplo, no passado os homens caçavam
animais para sobreviver e assim saiam vitoriosos (dominavam) enquanto
alcançavam seu objetivo, o animal caçado dominava quando conseguia
sobreviver e se reproduzir. Empresas concorrentes buscam dominar o
mercado e “eliminar” o concorrente. Com esse pensamento, sempre
encontramos um interesse por trás de nossas ações.
O marketing, mais que um processo, pode
nos dar os sintomas práticos necessários para estudos sobre o nosso
comportamento, nossos interesses, nossa condição humana, inclusive do
ponto de vista evolutivo da espécie.
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