Por: Carla Cintia em 18/09/2014
Uma certeza da nossa era é a constante e
vertiginosa mudança. Uma das vertentes que mais sentem os efeitos da
transitoriedade é a forma como fazemos e consumimos cultura. No século XX, a produção cultural estava
sujeita à Indústria Cultural. Nesta, os produtos culturais eram
adaptados ao consumo das massas, produzidos e distribuídos com o propósito de obter lucro e tinha participação limitada do consumidor.
A mídia tradicional era fundamental, sendo o único ambiente possível
para se praticar o marketing cultural.
Desta forma, a cultura era apropriada
por grandes intermediários. Quem detinha o poder sobre os meios de
comunicação e a produção cultural, como gravadoras, editoras ou estúdios
cinematográficos, determinava o que seria acessível ao público.
Surgidos no Reino Unido no final da década de 1990, o conceito e o mapeamento das Indústrias Criativas foram sendo aperfeiçoados até que em 2008 a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento da ONU publicou o primeiro estudo internacional sobre o tema.
Além da cultura, os atores da Indústria
Criativa possuem um vasto potencial de geração de empregos e riqueza,
agrupando atividades econômicas cujo principal insumo produtivo é a
criatividade. Ao lado das empresas criativas, são incluídas as que se
relacionam com elas. Em seu Núcleo Criativo figuram Artes
Cênicas; Artes; Música; Filme & Vídeo; TV & Rádio; Mercado
Editorial; Software; Comunicação e Telecom ;
Pesquisa e Desenvolvimento; Biotecnologia; Arquitetura &
Engenharia; Design; Moda; Expressões Culturais; Publicidade, além de
Atividades Relacionadas e Apoio.
Em 2011, 243 mil empresas formavam o
núcleo desse mercado produtor. Estima-se que esse setor gere um PIB
equivalente a R$ 110 bi, ou seja, 2,7% de tudo o que é produzido no
Brasil. (FIRJAN, 2012)
Graças às novas tecnologias, houve
sérias mudanças na forma de produzir e distribuir cultura. Temos
acompanhado os golpes sofridos pela indústria fonográfica, editorial, o
rádio e até a televisão. Houve um deslocamento na forma de remuneração e
adaptações são necessárias.
Para começar, o consumidor assumiu uma
postura ativa. Somos todos agentes da cultura. Nesse processo, a
comunicação tornou-se uma via de mão dupla. É vital não apenas prover
conteúdo cultural, mas interagir; não apenas emitir, mas receber. Não há
mais intermediários que forçam todos a assistir à mesma coisa. A
produção física tem menos importância. Temos livro sem papel, música sem
vinil ou CD, imagem sem película.
Há ainda a democratização de acesso
aos meios de produção cultural, a infinita capacidade de armazenamento
em bits, o fim dos gargalos de distribuição e facilidade de pesquisa
para achá-los. A infraestrutura digital permite o contato direto entre
consumidor e produtor dos mais diversos bens.
Entretanto, surge um complicador. Há muita coisa sendo produzida e isso gera ruído. A cultura digital exigequalidade , escolha, opção. Mais que nunca é preciso concentrar a atenção. Priorizar.
Entretanto, surge um complicador. Há muita coisa sendo produzida e isso gera ruído. A cultura digital exige
Consegue destaque para atingir seu objetivo nesse novo mundo cultural quem oferece relevância e promoção pertinente ao seu público alvo. Falamos agora de nichos .
Não são mais as massas, mas uma audiência cada vez mais específica,
exigente e saturada de informação. Mais do que produzir o que seu
público gosta ou achar o público que gosta do que você faz, é preciso
saber entregar com eficiência. Mas, antes, é necessário fazer o
consumidor do bem cultural produzido saber que você existe e onde você
está.
A presença no mundo digital torna-se a
cada dia mais complexa. Se nos primórdios da Internet bastava criar um
site e/ou blog amador, hoje já não é mais satisfatória uma participação
desleixada e caótica e é preciso considerar as redes sociais. Quem gosta
de receber e-mails apenas quando alguém quer lhe vender alguma coisa?
Para além do contato, relacionamento; para além do carisma, método.
Na hora do salto do trabalho amador para
o profissional é possível se safar com o sistema faça você mesmo para
divulgar o que foi produzido? Talvez. Mas o mais provável é que em algum
momento alguém se pergunte por que certo produto cultural não teve a
atenção merecida.
Felizmente, há profissionais treinados
para fazer promoção adequada e sem consumir o tempo de quem precisa se
preocupar com os aspectos culturais da produção. É a parte expandida da
Economia Criativa. São as boas agências de marketing digital, onde
constantemente se pesquisa e pratica o que está funcionando num quadro
em permanente mutação. Só assim, adaptadas à nova realidade do mercado,
podem atender a clientes de diversos portes.
Em troca de um investimento sob medida para qualquer bolso, é possível mover-se longe dos grilhões das majors e do mainstream e ainda evitar a frustração de ficar batendo cabeça pelos labirintos mercadológicos da Internet. Então, finalmente, criamos a via
asfaltada entre aquele que produz com relevância e quem se identifica
verdadeiramente com o que foi produzido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário